MUDE-ME
Mavi Lamas
Inunda -me os ouvidos de razões muito velhas
Afasta de mim as festas coloridas que tive
Livra-me toda de mim
Com palavras de ilusão não me convence ninguém
Tudo o que guardo na mão é absoluto e constante
Não são vislumbres de além
Não reconheça em mim nenhum milagre
Não sou irmã das estrelas
Nem dos astros... Nem dos arrebóis
Tenho uma dor consciente
De bicho que sofre as perdas
E se desloca de rastros e sofre assim...
O tempo de vendaval governa ainda meus dias
De fome de afeto...De sede de carinho...
Os ventos de chuvas frias põe cansaços de aço
Nas minhas doces melancolias
Deslaça-me os meus cabelos com suas mãos tão frias..
Esperando ainda acordar ao acorde do sol
Minha lágrima reverbera seu orvalho de mel
Camufla-se às vezes ,em sorriso no céu
Alumiando as nuvens no amanhecer...

TERNURA
Mavi Lamas
Amor... não deixes tua voz perder-se na distancia...
Não deixe que ela se misture ao vento
E eu não consiga te escutar...
Canta aos meus ouvidos os teus canticos
Embala-me em doces harmonias
Fala-me os teus versos
Não me deixe sem esta alegria
Me olhe com desejo,me olhe com ternura
Para mim basta-me lembrar do teu rosto
Chamar teu nome na distancia
Ou numa dessas preces mudas que faço sempre
Em respeitoso silencio
Olhe dentro dos meus olhos,
perca-se em seu brilho
Olha-me com ousadia,provoca-me...seduze-me...
Inunda-me de coisas boas
Molha minha boca com teu beijo
Sente na minha pele nua
Nos meus lábios, no meu corpo o sabor de lua...
Levanta os pés do chão, livra-te dessa solidão
Me envolve em teu sorriso encantador e mágico
Me cubra com tua sombra amiga
Mas... faça adormecer em paz e bem depressa
A mulher que acorda no meio da noite
Que te ama tanto ...E tem a estranha mania
De conversar com as estrelas
