

NÁUFRAGO
Edson C Contar
sou náufrago....
naveguei pelo mar da desilusão...
perdido,
eu vaguei no oceano da ingratidão...
ferido...
busquei forças nas velas do acreditar ,
vencido...
naufraguei na ilusão do oceano amar....
Sou naufrago,
que não quer o resgate pelo perdão,
prefiro,
meu retiro distante, na solidão
esqueça....
sou ilha flutuante, distante do amar...
mesmo que tempestades me levem de volta,
no teu cais, coração, não vou mais atracar.
RECORDAÇÕES DE UM CABOCLO
Edson C Contar
Meu nome é Francisco Rubião,
nhô Chico, pros cumpanheiro,
fui arribador, fui ponteiro,
rasguei chão com a boiada,
no berrante era o primeiro,
era o rei da ponteada.
por este chão pantaneiro.
Quando caia a tardinha,
escolhia uma pousada,
pegava a viola de cocho,
cantava com a peonada,
em volta do fogo de chão,
com saudades da amada.
E nas fazendas de pouso,
volta e meia eu encontrava,
outros irmãos estradeiros,
também velhos companheiros,
...e o tereré rodeava.
Mas o tempo foi passando,
caminhoneiros chegando,
as comitivas rareando
e o velho corpo cansava.
Retornei ao meu ranchinho,
onde hoje estou sozinho,
mal sabendo o que fazer,
abraço a minha viola,
a danada me consola,
quando chega o entardecer.
Lembro da minha morena,
que partiu sem dar adeus,
foi pro outro paraíso,
ir pra lá também preciso,
é o que mais peço a Deus.
Lá estão meus companheiros,
de estrada e cantoria,
só este velho peão,
espera pelo seu dia.
Quero levar a viola,
o berrante e uma flor...
Toco o berrante na entrada,
dou a flor pra minha amada,
e canto pra Nosso Senhor!

VIDA, POEMA E CANÇÃO
Edson Carlos Contar
No compasso do existir,
Rimados ou desconexos,
Faço em versos meus caminhos,
Sentimentos que anexo
Sejam rosas ou espinhos.
Amores, filhos, amigos,
Família, fé e trabalho,
Enredando poesias,
Fatos novos ou antigos,
São versos que embaralho,
No versejar dos meus dias...
Rimo filhos com carinho,
Amores com afeição,
Pais eu rimo com saudade,
Com afeto, cada irmão.
E cada amigo que abraço,
É mais um verso a escrever,
O poema que hoje faço
Na bênção do meu viver.
E quando finda a poesia,
Ausente a inspiração,
Terá chegado o meu dia.
Entregarei com alegria,
O meu poema de vida,
Ao AUTOR de minha canção.
***
POESÍA, VIDA Y CANCIÓN
Edson Carlos Contar
En el compás del existir
Rimados o inconexos
Hago en versos mis caminos
De sentimientos que voy juntando
Sean rosas o espinas.
Amores, hijos, amigos,
Familia, fe y trabajo,
Enredando poesías,
Hechos nuevos o antiguos,
Son versos que embarullo,
En el versejar de mis días...
Rimo hijos con cariño,
Amores con afición,
Padres yo rimo con añoranza,
Con afecto, cada hermano.
Y cada amigo que abrazo,
Es un verso más a escribir,
El poema que hoy hago
En la bendición de mi vivir.
Y, cuando finda la poesía,
Ausente la inspiración,
Habrá llegado mi día,
Entregaré con alegría,
El poema de vida,
Al AUTOR de mi canción.



|